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sábado, 29 de novembro de 2008

EL BOLERO...

Passavam das 2 am e havia um silencio, faltavam palavras e de pronto um amigo me envia um Bolero de (Roberto Cantoral)...La Barca.

Só um amigo Poeta poderia saber, quando o vazio vai amanhecendo nas mãos e a alma busca a ilusão do Amor para alimentar a madrugada.

O Bolero tem o dom de me matar de saudade, me relembra os Amores que tive, o que tenho, aquele que desejo, e os que jamais vou terei.

Instantaneamente me transporto para os anos 50 e 60 quando ainda menina observava meus pais dançando em noites românticas a meia luz.

Eu tive uma cultura musical variadíssima, e graças a meus Pais que adoravam musica, na minha casa se escutava de tudo e de Bom gosto.

O Bolero e Cubano e infelizmente pouco se conhece da enorme variedade de Boleros que existem, como por exemplo Roberto Ladesma, Daniel Santos(Puerto Riquenho) Lino Borges, Orlando Contreras, Xiomara Alfaro, Barbarito Diez, Fernando Albuerne, Rene Cabel, Orlando Vallejos, Olga Chorens e Tony Alvarez, entre muitos e são tantos os Boleristas Cubanos que nao daria para citar todos num texto.

Os Boleros mais famosos e internacionalizados são os de Lucho Gatica um Cantor Chileno que delirava as multidões com seu estilo unico e inesquecivel, na sua voz conhecemos justamente( La Barca) Contigo em la distancia, Sabra Dios, El Reloj , No me Platiques mas Inolvidable e outros...
Na década de 90 surge o Jovem (Luis Miguel ) cantando Boleros 4 nos depois e delirando outras multidões, ao qual tive o privilégio de assistir em Miami e que me deixou completamente emocionada, me levou ao delírio.

E o Bolero continua sua trajetória romântica, rompendo coracoes.

Quem nunca se apaixonou escutando um bolero?

Quem nunca sentiu o abandono e a saudade, num Bolero?

Poucos são os privilegiados, e dentre eles eu me coloco.

Eu morro de amor escutando boleros, são mil emocoes de repente, uma explosão de sentimentos, uma infinidade de lembranças, um sem numero de situacoes vividas , imaginadas e ainda por viver, espero eu.

Amar e tudo que se quer, neste mundo de tanto desamor, tanta insensatez, tanta discórdia e tanta solidão.

O Bolero vem a ser como um estimulo ,aonde cabe uma garrafa de Vinho, uma penumbra, uma Lua cheia, um ambiente sereno num lugar distante, a beira de alguma praia, de vestido social e saltos de 10 cm, bem acompanhada, eloquentemente apaixonada por aquele que lhe levara ao infinito e te entregara uma estrela noite inesquecivel.

Tudo isso produz um bolero, e muito mais.

Contam que o Bolero nasceu na Espanha, chegou ao caribe e criou raízes em Cuba, mas

e um património colectivo.

Conta-se que o primeiro Bolero foi (Tristezas) de Pepe Sanchez em 1886, guitarras e percussão, e ele so ascende depois da morte de Carlos Gardel 1935 (Tango) outro género onde se escuta o Poema Musicado e e então que se expande a era dos (Trios), depois ao estilo dos( Big Band).

O mais interessante de tudo e que o Bolero, e sua era dourada esta intimamente ligada a época dos Regimes Militares, que tinham o interesse de alienar o povo, como sempre... e que este nao se involucra-se na politica e sim se distrai-se com outros assuntos, no caso escutando e dançando Boleros, possivelmente essa foi a única benfeitoria desse tipo de Regime.

Mais o Bolero cobra forca quando a América Latina rompe seu isolamento do resto do mundo depois da segunda guerra mundial, alias nao só o Bolero, senão que outros estilos românticos surgem nesse então, como o swing, o fox , O blue e outros que também deliravam o mundo e nos faziam sonhar.

Ai aparece Augusto Lara, o mesmo compositor de Granada, com boleros imortais como;

Mujer, Noche de Ronda, Solamente una vez.

Rafael Hernandez com Silencio, Perfume de gardenias, Lamento borincano.

Siboney,com Alberto Lecuona, Jurame, com Maria Grever, Lagrimas Negras, com Miguel Matamoros.

Manzanero com Adoro, Esta tarde vi llover, Contigo Aprendi, Te estrano...

Sao tantos os Boleros autores e origens, mas nao podemos esquecer que a musica mais tocada no mundo ate hoje, chama-se (BESAME MUCHO) de uma filha mexicana... Consuelo Velazquez.

Assim passei a madrugada que parecia sem lua, escutando Boleros, graças ao meu Amigo Poeta, e sua delicada intenção de me levar a tempos e beijos, e noites, e desejos esquecidos.
Passei a madrugada apaixonada e me lembrando de ti, dele, e daquele que um dia vou encontrar por ai procurando uma rosa, uma Lua e uma oportunidade para me dizer; que nao pode viver sem mim.












sexta-feira, 28 de novembro de 2008

POEMA 5

Estava sentenciado
esse amor estava morto
nada era vivo
e crescia o ódio como musgo nas ruínas
O céu era helênico de junco
ou de golpes de misericórdia
e se vestiu de dúvidas desde então
O mundo cabia antes entre o silêncio
e largas madrugadas eram como beijos!
A realidade apenas persistia e a angústia fincava
Era como a verdade dos gritos ancestrais

Mas estava sentenciado
Essa dor, nosso passado
Não havia futuro e algo espreitava a casa
O desespero hoje presente em palavras
em gestos, desarmonia, desequilíbrio, terror
Agoniava a indiferença em nossas mãos
Meu corpo que antes ansiava teu universo
na época em que viver era um desejo
nas noites em que quase morri de amor
nos dias em que despertar era quimera

Mas estava sentenciado
esse amor estava morto
Nada era vivo e crescia a dor como erva pelos vale
sentenciado este amor estava morto
assim como mortos estávamos nos dois...

POEMA 4

À margem desta noite calada
uma vela se apaga
e
o céu resplandece profundo como
o segredo
infinito como o medo.
Esta noite!
Não mais que esta noite
tenho temor ao vento
e no tempo.....faz frio.
Estou só
(imensamente só)
inutilmente abandonada
à sorte dos meus espasmos
ao azar dos ocasos.
Esta noite!
A margem desta noite
não há lua
não há estrelas
O céu é um vazio igual
a minha pena
O mundo é tão abrangente
como a minha dor
Nem sequer sei aonde vou
A sentença deste instante
é intensa
não vejo a saída
não escuto tua voz
Esta noite!
Ninguém me ama
à margem desta noite calada
ninguém me fala
ninguém segura minha mão
estremecida
Ninguem abraça meu corpo rendido.
Esta noite!
A margem deste desespero
quisera amar-te e não posso
Quisera estar junto a teu peito
quisera recuperar minha paz
mas não te vejo.
Não há nada, nem vultos
não há vozes, nem silêncios infindos
Nao há absolutamente nada
nenhum murmúrio
Esta noite!
tenho um abismo entre pernas
tenho a desgraça nas minha veias
e a morte seria (repleta)
seria talvez minha última chance
e
o mais inusitado consolo.
--

POEMA 3

...escrevo esta noite
a própria morte
a noite eterna
e
de sombras
corredores angustiados
de gritos
e
sussurros de dores escondidas
pelos recantos sinistros
das passagens frias
e
brancas como o vazio
como a incerteza
como o Nada...

...escrevo esta noite
porque nao durmo
me despertam fantasmas
e
me falam só de desesperos
e
de tristezas
me contam que estão
aprisionadas
que ninguem as reconhece
e
que se perderam nas brumas
nefastas...................................
........................da noite negra
e
que assim tem passado
os momentos
e
as horas
sem dias
sem sois
sem cânticos
e
sem velas

...escrevo dentro de esta noite
esqualida
e
sem forcas
sem ele
e
orfa da vida...............................
......................................escrevo
e
escrevo....................................
e
sangro
e
morro
nesta noite repleta
de
medos.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

POEMA 2

Ainda palpita esta dor enclausurada
neste recanto obscuro do meu peito
abandonado
e me desfaz em tristeza inesgotável
Marca a noite o momento importuno
da tua desfeita.
Cada passo dado foi uma suspeita
Cada ruído calado um aviso
E a neblina segue sem cansaço
Essa gris sombra do meu quarto
Quanto tempo terá sido
e quando foi que terás ido
E esta noite perpétua que não passa
traz a voz da minha saudade
pertinente
e
demasiado infame.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Avant Propos

...Rompi a madrugada tentando encontrar um texto adequado para a minha (Premier) digamos assim; e aconteceu aquilo que todo escritor teme...fugiu a inspiração, desapareceu, evaporou, e consequentemente entrei em pânico.
Para piorar o messenger (um mal necessário) nao me deixou em paz e ainda me apareceu uma visita grata a qual nem esperava (de um amigo mais que intimo) eu diria da alma...que longe de estar em alguma encrenca ou conflito metafórico..me encontrou num momento de Vazio literario e logicamente nao entendeu nada, e ainda por cima criticou todos os meus pontos de vista e minhas ideias segundo ele loucas , provindas de alguém que nao quer crescer, estabilizar e sentar a cabeça. Como se isso fosse possível num escritor.
Ja estavamos a quase 4am e eu ainda nao tinha concluído nada, um galo cantou e resolvi dormir, nao havia outra. E tenho o pressentimento que sonhei com o Editor do Jornal...exigindo o texto.
Acordei como devia de ser numa ressaca mais que moral, uma (ressaca de existência,) tipo; para que nasci e tal...
Senti que a melhor forma de começar a escrever , seria me apresentar e expor minha forma de ser e de continuar...Seria melhor assim, mesmo porque, por vezes choco, e desnorteio,assim estas paginas junto a um heteroclito monte de outras menudencias constituem parte de mim, uma apresentação e partes do resíduo que deixa uma vida densa e talvez ate conflitiva, mais da forma mais nua e crua e autentica como deve de ser a palavra que se passa ao leitor, desenhando a experiência sobre o palimpsesto da memoria.
A verdade e que sempre escrevo para que me leiam meus amigos, ainda que poucos tem tempo para ler, outros nem se dao ao trabalho e com outros nem digo que escrevo.
E muito menos que sou nomade....
Acredito que si algum deles atravessara as travessias que eu atravessei e sonhei a bordo de veleiros siderais e reais , quizas poderiam entender meu idioma e minha alma aventureira... Viajar vem a ser o unico remédio do Sonhador, e eu preciso sonhar para segurar essa barra que chamam de vida.
Dedico a vocês estes relatos futuros e também naturalmente aos escassos coetaneos que ao azar podem estar perto dos meus abismos
Em todo caso nao descarto a possibilidade de que ninguem se interesse por esta travessia que empreenderei semanalmente, cujas folhas parecerao sacadas de arcanos bitacoras
descobertos flutuando ao garette das verdosas águas transversais da loucura...,
Claro, que entrar assim sem mais, sem avisar , ainda que convidado; sem amigos, sem padrinhos e sem parentes ,constitui uma responsabilidade , e quase uma tensao adquirida a mais na semana...e com a arrogância que me e nata de quem conhece seu valor e a autenticidade da sua alma, pode ser mal visto na intima e delicada sociedade dos Literatos.
Eu realmente sinto, Sinto de verdade, faço o que posso e o que aflora do peito. E dessa forma que escrevo,
Se algo da minha intimidade terei que sacrificar a curiosidade publica digamos que nao foi por mera vontade, senão porque cochicharam aqui no meu ouvido e me mandaram parar a tempo.
O que nao posso deixar de dizer e que de terra em terra, de povoado em Povoado, nasci em 1953 no extremo Sul do Mundo, e continuei naveganndo e caminhando sem complexos, cometendo acertos, e com certeza muitos erros, mais equivocacoes do que erros, alguns graves e outros ate perigosos. E que ainda assim sinto que ainda nao naufraguei e que nem perdi a esperança, alias mandei construir um barco para navegar outros rios, mais amenos e menos densos e profundos.
E que estou aqui neste recanto do mundo, tão somente porque existe uma estranha relação entre as coordenadas geográficas , com a primeira vez que vi o sol nascer e comigo mesma, ainda que sou patriota e amo a minha terra.
Es aqui então, mais alem do que possam imaginar, minha entrada quase neurótica a estas paginas tão antigas.
Isto pode vir a ser uma perigosa aventura, aonde nao se trata somente de Portos e Cais, nem terras e ilhas senão a apaixonante viagem pelos indefinidos caminhos da existência, do ser, do mais alem, (par de la bien et le mal) tudo isso de mãos dadas com um estranho, um amigo inexistente, será? Que me acompanha em todas essas aventuras vividas e a viver, e inevitável sua presença, desprendida e ate cruel, mais também cósmica, magica e doce, que ira projectando sua ambígua dialética ao conhecido e desconhecido, ate o núcleo mesmo do inevitável, de mãos dadas com ele; a vida inteira construimos um maravilhoso psicodrama lúdico, cheio de risos e prantos...
Portanto aqui esta minha introdução pela qual levarei semanalmente meus amigos, a esse mundo Louco, e fantástico que e o meu e continuara sendo....
bem vindos!