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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

POEMA 4

À margem desta noite calada
uma vela se apaga
e
o céu resplandece profundo como
o segredo
infinito como o medo.
Esta noite!
Não mais que esta noite
tenho temor ao vento
e no tempo.....faz frio.
Estou só
(imensamente só)
inutilmente abandonada
à sorte dos meus espasmos
ao azar dos ocasos.
Esta noite!
A margem desta noite
não há lua
não há estrelas
O céu é um vazio igual
a minha pena
O mundo é tão abrangente
como a minha dor
Nem sequer sei aonde vou
A sentença deste instante
é intensa
não vejo a saída
não escuto tua voz
Esta noite!
Ninguém me ama
à margem desta noite calada
ninguém me fala
ninguém segura minha mão
estremecida
Ninguem abraça meu corpo rendido.
Esta noite!
A margem deste desespero
quisera amar-te e não posso
Quisera estar junto a teu peito
quisera recuperar minha paz
mas não te vejo.
Não há nada, nem vultos
não há vozes, nem silêncios infindos
Nao há absolutamente nada
nenhum murmúrio
Esta noite!
tenho um abismo entre pernas
tenho a desgraça nas minha veias
e a morte seria (repleta)
seria talvez minha última chance
e
o mais inusitado consolo.
--

1 Comentários:

  • Querida amiga Honey,

    Mais uma vez me rendo à beleza incontestável de seus Poemas, que possuem uma profundidade e intensidade enormes!
    Acho lindo a forma como escreve: de forma solta e bela, com versos bem tramados e belos!
    Mais uma vez meus parabéns!

    Por Blogger POETA CIGANO, às 3 de dezembro de 2008 às 11:45  

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