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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Avant Propos

...Rompi a madrugada tentando encontrar um texto adequado para a minha (Premier) digamos assim; e aconteceu aquilo que todo escritor teme...fugiu a inspiração, desapareceu, evaporou, e consequentemente entrei em pânico.
Para piorar o messenger (um mal necessário) nao me deixou em paz e ainda me apareceu uma visita grata a qual nem esperava (de um amigo mais que intimo) eu diria da alma...que longe de estar em alguma encrenca ou conflito metafórico..me encontrou num momento de Vazio literario e logicamente nao entendeu nada, e ainda por cima criticou todos os meus pontos de vista e minhas ideias segundo ele loucas , provindas de alguém que nao quer crescer, estabilizar e sentar a cabeça. Como se isso fosse possível num escritor.
Ja estavamos a quase 4am e eu ainda nao tinha concluído nada, um galo cantou e resolvi dormir, nao havia outra. E tenho o pressentimento que sonhei com o Editor do Jornal...exigindo o texto.
Acordei como devia de ser numa ressaca mais que moral, uma (ressaca de existência,) tipo; para que nasci e tal...
Senti que a melhor forma de começar a escrever , seria me apresentar e expor minha forma de ser e de continuar...Seria melhor assim, mesmo porque, por vezes choco, e desnorteio,assim estas paginas junto a um heteroclito monte de outras menudencias constituem parte de mim, uma apresentação e partes do resíduo que deixa uma vida densa e talvez ate conflitiva, mais da forma mais nua e crua e autentica como deve de ser a palavra que se passa ao leitor, desenhando a experiência sobre o palimpsesto da memoria.
A verdade e que sempre escrevo para que me leiam meus amigos, ainda que poucos tem tempo para ler, outros nem se dao ao trabalho e com outros nem digo que escrevo.
E muito menos que sou nomade....
Acredito que si algum deles atravessara as travessias que eu atravessei e sonhei a bordo de veleiros siderais e reais , quizas poderiam entender meu idioma e minha alma aventureira... Viajar vem a ser o unico remédio do Sonhador, e eu preciso sonhar para segurar essa barra que chamam de vida.
Dedico a vocês estes relatos futuros e também naturalmente aos escassos coetaneos que ao azar podem estar perto dos meus abismos
Em todo caso nao descarto a possibilidade de que ninguem se interesse por esta travessia que empreenderei semanalmente, cujas folhas parecerao sacadas de arcanos bitacoras
descobertos flutuando ao garette das verdosas águas transversais da loucura...,
Claro, que entrar assim sem mais, sem avisar , ainda que convidado; sem amigos, sem padrinhos e sem parentes ,constitui uma responsabilidade , e quase uma tensao adquirida a mais na semana...e com a arrogância que me e nata de quem conhece seu valor e a autenticidade da sua alma, pode ser mal visto na intima e delicada sociedade dos Literatos.
Eu realmente sinto, Sinto de verdade, faço o que posso e o que aflora do peito. E dessa forma que escrevo,
Se algo da minha intimidade terei que sacrificar a curiosidade publica digamos que nao foi por mera vontade, senão porque cochicharam aqui no meu ouvido e me mandaram parar a tempo.
O que nao posso deixar de dizer e que de terra em terra, de povoado em Povoado, nasci em 1953 no extremo Sul do Mundo, e continuei naveganndo e caminhando sem complexos, cometendo acertos, e com certeza muitos erros, mais equivocacoes do que erros, alguns graves e outros ate perigosos. E que ainda assim sinto que ainda nao naufraguei e que nem perdi a esperança, alias mandei construir um barco para navegar outros rios, mais amenos e menos densos e profundos.
E que estou aqui neste recanto do mundo, tão somente porque existe uma estranha relação entre as coordenadas geográficas , com a primeira vez que vi o sol nascer e comigo mesma, ainda que sou patriota e amo a minha terra.
Es aqui então, mais alem do que possam imaginar, minha entrada quase neurótica a estas paginas tão antigas.
Isto pode vir a ser uma perigosa aventura, aonde nao se trata somente de Portos e Cais, nem terras e ilhas senão a apaixonante viagem pelos indefinidos caminhos da existência, do ser, do mais alem, (par de la bien et le mal) tudo isso de mãos dadas com um estranho, um amigo inexistente, será? Que me acompanha em todas essas aventuras vividas e a viver, e inevitável sua presença, desprendida e ate cruel, mais também cósmica, magica e doce, que ira projectando sua ambígua dialética ao conhecido e desconhecido, ate o núcleo mesmo do inevitável, de mãos dadas com ele; a vida inteira construimos um maravilhoso psicodrama lúdico, cheio de risos e prantos...
Portanto aqui esta minha introdução pela qual levarei semanalmente meus amigos, a esse mundo Louco, e fantástico que e o meu e continuara sendo....
bem vindos!

5 Comentários:

  • Olá Alejandra!
    1. Colunista sou também do "O Rebate" e saúdo sua chegada. Sinta-se em casa juntamente conosco.
    2. Que bom que pensa e articula em três idiomas, me viro com o inglês, mas tenho lapsos de nem sei de onde do espanhol. Preciso me dedicar mais..., confesso eu.
    3. Literato ou não, todos pertencemos a um grande movimento vanguardista que tenta mudar os rumos da letras, para que elas todas, cheguem a qualquer tipo de pessoa. Fica a vontade, escreva e sempre sem preocupações de métrica e ferrolhos...
    4. Saudações FRaternas,
    William Wollinger Brenuvida

    Por Blogger William Wollinger Brenuvida, às 20 de novembro de 2008 às 04:44  

  • Oi Alejandra,
    Olha só,que ótimo!!! Adoro as coisas que você escreve,
    já sou freguesa...sempre que possível darei uma passada.
    Sucesso e boa sorte no novo espaço virtual/real!!!!
    Beijos, Vânia

    Por Blogger VâniaF, às 20 de novembro de 2008 às 18:06  

  • Olá Alejandra
    gostei muito do seu texto
    foi espontâneo e interressante...
    Good luck!!!

    Por Blogger Virginia Figueiroa, às 24 de novembro de 2008 às 06:17  

  • Sensacional seu texto. Vejo que engrandecerás "O REBATE".

    Por Blogger Marcus Fleury, às 24 de novembro de 2008 às 10:40  

  • Alejandra ... estou com muito sono ... não sonho há muitos dias ... mas entendi que você está quase louca .... muito bom .... eu vira-e-mexe escrevo que "fora da loucura não há salvação" ... o Frei Betto escreveu uma poesia, 'Oração ao Passaro' que confirma a minha idéia da Salvação .... assim ela não se torna uma Salvação inútil ... mas gostei do que você escreveu... Um abraço Wil

    Por Blogger WGPovo, às 24 de novembro de 2008 às 18:34  

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